Quem sou eu ?

Eu? Apenas o eco das minhas atitudes, o reflexo das minhas palavras, a reação dos meus olhares. Eu não passo dos meus pensamentos confusos, das minhas risadas desastradas, dos meus sentimentos sem fim... Eu não tenho fim. Não tenho porque uma alma que ama, nunca terá fim. O amor salva, faz renascer. Quantas vezes eu renasci? Já perdi as contas. Perdi as contas de quantos erros consertei, quantos dias guardei para me perder em pensamentos e planejar meus atos. Planos que nunca foram colocados em pratica... Eu já perdi as contas de quantos beijei. De quantos abracei, mais ainda dá p contar nos dedos quantos verdadeiramente me entreguei. Eu sou a estrada que percorri, os momentos que vivi, as lágrimas que escorreram dos meus olhos. Eu sou as mãos que segurei, as amizades que fiz, os laços invisíveis que me davam coragem e vontade de viver. Eu sou apenas isso. Sou apenas eu. E sei que se eu quiser, posso ir muito mais além do que onde hoje estou. Eu sou apenas aquele vento frio que entra pela janela ao entardecer, aquele rosado do céu anunciando o fim de um longo dia, e um começo de uma noite estrelada. Eu sou apenas grãos. Grãos de areias a irritar olhos alheios, eu sou o infinito. Eu sou aquele orvalho gélido que se esconde entre as folhas. Eu sou o que minhas mãos conseguem tocar. Sou a pele, sou os fios de cabelo embaraçados, a água. Eu sou o que posso sentir. Eu sou um pedaço do vento, sou o cheiro da flor. Eu sou o que posso ouvir. Sou canções, sou o pulsar de um coração emocionado, sou os passos de uma criança assustada, sou os relâmpagos, as trovoadas. Eu sou o que minha boca produz. Sou as palavras, sou o sopro, sou o beijo, sou a gargalhada, sou o ‘fazer sorrir’ eu sou o que pronuncio. Posso ser tudo. Basta falar que sou. Basta acreditar que sou. Você acredita no que você é? Ou tem medo de mostrar sua face? Eu sou o que quero ser. Será? Talvez eu possa pensar que sou o que quero ser, mais na realidade, não saber o que quero. Pensamentos confusos dentro de uma mente tão pequena. Pequena? Pequena não. Talvez grande de mais, tão grande até que é capaz de perder o que se estava pensando, e por isso fazer confusão. Confuso? Não, somente lógico. Eu sou apenas a união de pessoas que se amaram, sou os frutos de uma vida em conjunto. Eu sou o que tenho que ser. E não cheguei aqui sozinha. Amigos, lembranças, dias felizes, tristes, família, lugares... Eu sou tudo. Um pouco de tudo que passou pela minha vida, um pouco de tudo misturado. Pois nada passou em vão, nada passou despercebido. Tudo teve sua hora de aparecer, sua hora de partir. Mais nada realmente partiu. As coisas só vão embora de verdade, quando se esquece, e nada nunca vai ser esquecido, pois é impossível esquecer algo que faz parte de você.

Minha autoria