Meia noite ainda é dia


Não olhe o relógio, deixe o tempo passar
Pra que tenta preocupação se podemos aproveitar
Sinta o vento da manhã, da tarde e do escurecer
Meio noite ainda é dia, não demore pra entender
Quebre esse vidro que carrega no braço
E deixa a sintonia do entardecer lhe dar um abraço
Não escute os tic tacs dos apressados
Vamos ir com calma, como namorados.
A noite só começou, oh meu amor.
No outro dia juro que vou pra onde você for
Mas agora fique aqui sem medo de viver
Sei que a noite é fria, mas vale a pena ver.
Ver as estrelas que pedem atenção
E o luar que brilha sem razão
Como seria se soubéssemos assim brilhar?
Nada no mundo poderia nos afetar.
Nem o relógio com o seu tempo, 
Nem o mundo com seus moinhos de vento.
Não é tão bonito ver as luzes apagadas?
Não se arrependa de ficar, não se arrependa de nada.
As horas só sabem enganar, o tempo, nos sacanear.
Então, desligue tudo que possa nos atrasar (de viver)
Desligue tudo, e se for possível, se desligue também de você.

Minha autoria

Imenso (A)mar


Não estou a fim de me afogar em nós dois, 
esse (a)mar é traiçoeiro e fundo demais pra mim. 
Não conseguia ver antes, mas ele sempre foi assim.
O balançar da maré não me acalma mais,
essas ondas estão muito altas pra me trazer paz.
Um (a)mar pode ser forte, mas bravo não me faz bem,
suas marcas já me inundaram, mas eu consigo viver sem.
Jogue a boia, por favor, me salve daqui!
Estou indo pra um lugar que não vai ter como sair.
Chega de trazer toalhas já encharcadas para secar tanta estupidez.
Ainda estou molhada, mas está ficando tarde para nós.
Já cuspi toda água salgada, agora é tua vez.
Decida agora se vai me deixar boiar
ou me carregar em seus braços, como sempre fez.
O sol está se pondo, logo para de brilhar
a lua que está vindo, é fraca demais para nos iluminar.
É a hora de aceitar que nossa escuridão cresceu,
e nessas águas frias, o que restava já morreu.
Meus pés já não conseguem achar o chão,
esse (a)mar é traiçoeiro e fundo demais pra mim.
Não consigo mais ver daqui a imensidão,
acho que nosso tempo está chegando ao fim.
Decida agora se vai me deixar boiar,
ou me carregar em seus braços, como sempre fez.
Já cuspi todas minha magoas, agora é tua vez.



Minha autoria

RESPOSTAS

Porque não dão armas a quem sabe atirar?
Nem voz àqueles que sabem gritar?
Porque não educam as nossas crianças?
Porque nos passam uma falsa esperança?

Esperança de um futuro melhor,
De um mundo sem fome.
Onde tenha segurança
No lugar que gente dorme.

Porque não dão casa aos que dormem no chão?
Como nos fazem pensar que não há corrupção?
Porque se esquecem da nossa cultura?
E sempre se lembram de aumentar a fatura?

Queremos cultura, sabor e som
Respeito a todo o tipo de tom
Além de igualdade e sabedoria,
Queremos paz em nosso dia-a-dia.

Queremos muito mais do que respostas
Queremos a recompensa de nossas apostas.
Apostas feitas em pessoas vazias,
Que se apoderam, mas vivem de teoria
Queremos ação, mudança e melhoria
E se for preciso lutar, lutaremos,

Pois acordem! Nós somos a maioria!
Minha autoria


Vida metralhada

Essa tormenta aumenta
cada vez que o homem aguenta
a tortura daquele que experimenta
brigar com quem se ausenta.

Porque fugir da briga,
é procurar abrigo
em um âmbito amigo
que não quer a sua dor.

O calor da dor esquenta 
um sol que se isenta
para aquele que inventa 
um falso amor.

Pois um coração de lata
não merece nem 
uma lasca de prata
daquele que um dia aliciou.


Um homem que vive de aparência
e se quer tem a decência
de olhar no espelho 
e buscar sua essência,

esse mundo tem a tendencia
de a cada dia que passa,
passar despercebido a graça
de ter paciência.


Mas o ferro fere
aquele que com garra confere
que a ilusão prefere
alguém de alma nobre,

que apaixonado
por qualquer esnobe,
enfim consegue 
que o ouro vire cobre.

Assim, entre arranjos e garranchos
a vida se escreve
com uma pluma leve
que voa em forma de prece,

e se desmerece ao ser despercebida
ao lado de gente mal ouvida
que se estraga e se entrega numa mesa de bar
homicida farta de bebida.


Depois disso se corre da morte, 
atrás da sorte 
de dar a volta e votar 
numa escolha que encolha as bolhas de azar.

Mas o tempo tem a audácia
da pura trapaça,
e depois que passa
o passado vira uma valsa
com vasta lembrança
do passo da esperança.

Minha autoria

ter um corpo rabiscado ou um coração colorido, uma cabeça feminina raspada, ou um menino de cabelo comprido, sentir a falta de um membro ou a falta de uma visão, o que vale é o sorriso no rosto e a bondade no coração. igual não há ninguém, sua religião pouco me convém, suas atitudes é o que me dirão qual é sua intenção, e a beleza que me interessa é a escondida, e não a que é falsamente vendida. caráter é o que eu prezo, quero e peço. Vejo poucos usar a humildade, mais nenhum fica sem a 'querida' vaidade, com o orgulho muitos tem amizade, e é ai que pecam na questão da caridade. não importa sua raça, sua classe social ou opção sexual, eu só peço que tenhamos igualdade, e se isso é pedir de mais, continuaremos a destruir a nossa 'amada' sociedade.

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Arranha céu

Arranha céus...
Céu sem pássaros, de noite sem estrelas,
aquelas estrelas que só se vêem em campos floridos,
campos floridos, há se aqui tivesse!

Aqui flores só as vejo em vasos, vasos que não as merece. 
Horizonte de concreto onde nem dá pra ver o mar, 
fumaças pretas subindo, onde não dá pra respirar. 
O verde aparece às vezes, mas aparece nas paredes.
E me pergunto: o que fizeram com o tanto de verde que tinha?
E reparo que a fumaça vem de onde o verde vinha.
Entendi porque não tem passarinho voando alto no céu 
porque eles estão presos em gaiolas,
gaiolas que vieram do mesmo lugar que o papel,
do mesmo lugar que a fumaça,
do mesmo lugar que o antigo verde,
que agora virou cinza sem graça.

Aqui só encontro fogo e destruição,
muita inumanidade e rosas no chão,
animais morrendo por falta de um lar,
peixes boiando por causa de lixo no mar.
Esses arranha céus, há como são belos,
belos para os olhos de quem vê beleza
em algo que tampa o brilho da natureza.





Minha autoria

Amo-te desesperadamente, como nenhum homem nesta terra há de amar.
Amo-te por teus olhos de chamas castanhas,
amo-te por tua boca doce e ingenua.
Quero-te ao meu lado por toda eternidade,
mesmo sendo ela inexistente, juntos temos o poder de faze-la existir.
O meu querer é forte como as teimosas ondas que voltam para o mar,
mesmo quando o vento pálido insiste em leva-las para areia fresca.
Amo-te, quero-te, desejo-te de um jeito que é impossível desejar.
mais por ti, faço o impossível , possível se tornar.

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