Às vezes bate saudade,
Do tempo em víamos em tudo, a nossa felicidade.
Saudade das pessoas, das brincadeiras, das intimidades sem barreiras.
Risos sem finais, noites desiguais.
Saudade de trocar o dia pela noite e
Fazer o que era simples, ter mais valor,
O que era branco e preto, ter mais cor,
E de fazer tudo com mais amor.
Mais tudo um dia vira lembranças.
Lembranças de momentos felizes, de momentos bons.
Onde um pequeno sorriso, e um simples abraço faziam do lugar um paraíso.
Aonde um único olhar solidário, ou uma mão estendida
Fazia uma flor viver, mesmo depois de caída.
E que pequenas complicações eram deixadas de lado,
Jogadas e esquecidas nas ondas do mar do passado.
Que o perdão era a palavra que mais ocupava o coração.
Que entre a amizade e a briga, era a amizade que prevalecia,
Pois antes a mentira não existia.
Era extinta, desconhecida pelo homem,
Esquecida pelo coração e apagada pela compaixão.
Mais hoje tudo mudou, a desigualdade cresceu,
E no lugar da união, a guerra apareceu.
Lutar por um mundo melhor, que nós mesmos pioramos é em vão.
O que podemos é mudar, e purificar nosso coração.
Tentar entender que a vingança e ódio só nos causam dor,
Afastando o coração do amor.
Tentar mudar o próximo é uma tentativa fútil,
Pois antes de tudo, temos que mudarmos nós mesmos.
Tentando sermos pessoas melhores,
Parando de ligar para as pequenas complicações do dia-a-dia e
Dar mais valor aos grandes momentos de felicidade.
Pois daqui a algum tempo, tudo será apenas saudade.
Saudade de ser feliz, saudade de sorrir.
Será arrependimento de não ter aproveitado cada momento.
