Mais ser cada dia / Ser cada dia mais

Cada dia mais elevo-me a ser
leve.
E levo da vida a leveza e a beleza
das nuvens, chuvas, amores de flores,
que florescem cada dia mais, dentro de nós.
Floresço.
Floresço e cresço e sumo.


Cada dia mais sumo para o mundo
e sinto-me dentro de mim.
E sim,
tome-me de dentro de mim.
Sumo sem rumo de mim,
e fujo dos meus próprios males
sem fim.


Cada dia mais eu subo
e subtraio quem trai e me distrai
e trago e sugo pra dentro tudo que julgo
tranquilo e simples, vulgo, bom.


Cada dia mais escuto o som
da natureza, e seus tons e dons.
Esculpo, engulo e cuspo a tristeza
e suas dores e cores marrons.


Cada dia mais vivo
estou.
Pois na vida nasce a dádiva
da duvida da vida: ser ou não ser vívida?
E eu continuo contínuo na ativa tentativa de ser
feliz.


Cada dia mais me movo,
e me renovo, e me removo
e me inovo, de novo, me movo.
Porque parar é perder a essência de ser
é esquecer a consciência de si
é não saber compreender: o estranho que é ser
você.


Minha Autoria
Hoje eu chorei por todas as coisas que já falei e todas as outras que já quis e não tive coragem de falar. Chorei hoje, pelo ontem, e pela incerteza do amanhã. Hoje chorei por todos os erros que aceitei, e todos os acertos que errei em aceitar. Chorei pela nota desafinada que toquei e pelo beijo –doce beijo- roubado que ganhei. Chorei pela saudade e pela ausência – de pessoas, de momentos, de mim mesma, que perdi a essência – chorei pelo que fui e pelo que sou, só não chorei pelo que vou ser, pois não sei se serei. Chorei, molhei, gritei, andei, ufa. Eis que estou aqui, chorando. Chorei hoje pelas promessas que quebrei e planos que desfiz, por pessoas que deixei e por amizades que refiz. Chorei de alegria por lembrar de velhas e belas coisas, e de tristeza por pensar que tudo passou, acabou, fim. 


Minha autoria