Vida metralhada

Essa tormenta aumenta
cada vez que o homem aguenta
a tortura daquele que experimenta
brigar com quem se ausenta.

Porque fugir da briga,
é procurar abrigo
em um âmbito amigo
que não quer a sua dor.

O calor da dor esquenta 
um sol que se isenta
para aquele que inventa 
um falso amor.

Pois um coração de lata
não merece nem 
uma lasca de prata
daquele que um dia aliciou.


Um homem que vive de aparência
e se quer tem a decência
de olhar no espelho 
e buscar sua essência,

esse mundo tem a tendencia
de a cada dia que passa,
passar despercebido a graça
de ter paciência.


Mas o ferro fere
aquele que com garra confere
que a ilusão prefere
alguém de alma nobre,

que apaixonado
por qualquer esnobe,
enfim consegue 
que o ouro vire cobre.

Assim, entre arranjos e garranchos
a vida se escreve
com uma pluma leve
que voa em forma de prece,

e se desmerece ao ser despercebida
ao lado de gente mal ouvida
que se estraga e se entrega numa mesa de bar
homicida farta de bebida.


Depois disso se corre da morte, 
atrás da sorte 
de dar a volta e votar 
numa escolha que encolha as bolhas de azar.

Mas o tempo tem a audácia
da pura trapaça,
e depois que passa
o passado vira uma valsa
com vasta lembrança
do passo da esperança.

Minha autoria